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Aos pesquisadores e pesquisadoras das problemáticas de relações entre o rural e o urbano no Brasil, temos a satisfação de divulgar a primeira chamada para participação de evento conjunto que reunirá VI SINARUB e o V SNPD, que acontecerá em Salvador-BA, no campus Pituaçu da Universidade Católica do Salvador, nos dias 13, 14 e 15 de maio de 2020.

Este é um momento especial do SINARUB, que tendo surgido no âmbito disciplinar da Geografia em sua cultura de eventos, reafirma a perspectiva interdisciplinar que a 5ª edição do evento inaugurou, trazendo a área do Planejamento Urbano, Regional e Demografia (PUR/D) para a sua realização. É também especial para o SNPD que, tendo nascido no âmbito dos PPG Profissionais da área PUR/D demonstra o caráter acadêmico que fundamenta as intervenções ditas profissionais para o desenvolvimento, deste modo em si, também abrigará o V Encontro Nacional dos Mestrados Profissionais da Área PUR/D-CAPES no mesmo encontro.

Nesta 6ª edição do SINARUB e 5ª edição do SNPD o tema central Por uma pauta de visibilidade do rural e do urbano: planejamento e desenvolvimento, denota a necessidade de produção de massa crítica para apropriação da problemática das relações entre o rural e o urbano como ciência aplicada.

Os modos de vida rural e urbano, as diretrizes de desenvolvimento rural e urbano, as relações entre ciências, sociedade e natureza no mundo rural e no urbano, têm sido abordados pelas diferentes áreas ou disciplinas científicas, predominantemente, de forma segmentada com hegemonia do urbano enquanto padrão de desenvolvimento a ser universalizado.

Dito de outro modo, o processo dominante de urbanização associada à industrialização é assumido como homogeneizador socioespacial, o que, no Brasil, atribui ao urbano industrial o lugar de fala civilizatório. Isto produz invisibilidade do rural tanto em suas peculiaridades e sociohistoricidade quanto em suas relações com o urbano. Há também invisibilidade da cidade como processo sociohistórico cujas formação, conformação e transformação é intrinsecamente vinculado ao rural em disputa sobre a mesma base material de apropriação da terra, da natureza, da biodiversidade.

Reconhece-se nessa perspectiva que aí se estabelecem dicotomias construídas teoricamente e silenciadoras da vida cotidiana, problemática cujo enfrentamento requer aliança interdisciplinar com possibilidades de transdisciplinaridade para que se efetive diálogo entre ciência, natureza e sociedade. Este diálogo deverá ser capaz de gerar pauta de questões que ao serem problematizadas reconheçam o lugar dos modos de vida de homens e mulheres rurais e urbanos na construção virtuosa de ecodinâmicas interescalares para padrão de desenvolvimento que contemple a diversidade como inerente à conservação da vida no planeta.

Sejam todos muito bem vindos ao nosso evento!

Eixos temáticos

 1. PARADIGMAS COMPREENSIVOS DA RELAÇÃO CAMPO-CIDADE E RURAL-URBANA

Na perspectiva de sistematizar conteúdos com escopo de configurar as relações rural urbana como um campo de estudos científicos, os trabalhos submetidos a este eixo devem discutir formulações explicativas de conflitualidades quer rural quer urbana que denotam conformações sociohistóricas e socioespaciais intensamente transformadoras do campo e da cidade. Nesse sentido, pretende-se privilegiar o lugar do cotidiano na base empírica das pesquisas, apreendido interpretativamente (teoricamente), por diferentes abordagens qualitativas (fenomenológicas, etnográficas, interativas, discursivas etc. ), a partir de como os sujeitos sociais rurais ou urbanos se reconhecem territorialmente.

2. ATINGIDOS POR GRANDES PROJETOS NA RELAÇÃO RURAL-URBANA NAS PERSPECTIVAS DE DESENVOLVIMENTO

Este eixo temático tem como provocação empírica a existência de grandes obras e projetos desenvolvimentistas em quaisquer escalas, e tem como centralidade analítica a produção de atingidos, categoria aqui compreendida como expressão de processos de expropriação material, simbólica ou histórica de populações, nas relações estabelecidas entre sociedade e natureza  definidoras de processos, formas ou conteúdos rurais e urbanos.

3. CONFLITUALIDADES SOCIOAMBIENTAIS POR TERRITORIALIDADES EM DISPUTA

Neste eixo, a construção/destruição/transformação de territórios conecta as dimensões materiais e simbólicas a partir da afirmação (dialogada ou não) ou da disputa pela ocupação e uso de espaços, sob apropriação privada, em que  organizações governamentais, sociedade civil e empresários desempenham papéis específicos nas interrelações entre territorialidades. As identidades rurais e urbanas requeridas para afirmação territorial de comunidades tradicionais e de diversos mundos rurais (produção material ou imaterial) decorrente de usos da natureza em seus diversos ecossistemas/biomas (continental, costeiro, hidrográfico etc,) têm configurado luta política emancipatória nos marcos da democratização do Brasil. Busca-se compreender nesses processos como se configuram relações entre rural e urbano enquanto territorialidades socioambientais.

4. RURALIDADES E URBANIDADES EM POLÍTICAS PÚBLICAS NA AMÉRICA LATINA

O Século XX traz de modo intenso o questionamento sobre a tendência anunciada, tanto pelas ciências críticas quanto pelas ciências tradicionais,  de desaparecimento do rural sob a expansão do urbano. As subjetividades acolhidas cientificamente para dar objetivação ao que se considerava categoricamente como aquilo que é objetivo na formulação de conceitos ou categorias, contribuíram para desnaturalizar fenômenos socioespaciais. Torna-se, então, possível falar em urbanidades e ruralidades ao dar centralidade aos sujeitos sociais que vivenciam experiências rurais ou urbanas. Pesquisadores sobre países da América Latina tem produzido ao longo das duas últimas décadas, qualificações desses sujeitos sociais que os legitimam como público alvo na proposição de políticas públicas. Neste eixo temático a pretensão é inventariar e caracterizar políticas públicas a partir da delimitação dos seus públicos alvo e/ou de suas medidas de intervenção nas perspectivas de ruralidade e/ou de urbanidade naquilo que se quer intervir.

5. DISPUTAS ENTRE O RURAL E O URBANO NA EXPANSÃO METROPOLITANA

A expansão da metrópole compreendida como prolongamento espacial em áreas contínuas ou descontínuas possibilitou que fenômenos impactantes nas dinâmicas de áreas rurais, a exemplo da produção de energias na diversificação da matriz, de abastecimento de água ou outras infraestruturas, bem como na produção de setores produtivos ou de serviços, fossem problematizados dando visibilidade ao rural subalternizado ao projeto civilizatório de desenvolvimento urbano industrial. Neste eixo privilegia-se a escala metropolitana da apropriação da natureza nos fenômenos estudados, em seu caráter de fronteira de acumulação homogeneizante dos usos e ocupações socioespaciais por subalternização do rural.

6. INTERCESSÕES ENTRE AS QUESTÕES AMBIENTAL, URBANA E AGRÁRIA NO PLANEJAMENTO

O planejamento é aqui considerado como processo sócio-político alinhado às dinâmicas insurgentes pela garantia e pela configuração de direitos a partir da vivência na realidade social concreta. Nesse sentido, as questões ambiental, agrária e urbana tem possibilitado a conquista e a manutenção de direitos que ao mesmo tempo são operacionalizados através do planejamento por instâncias institucionais governamentais ou não, mas também manipuladas através de instrumentos e processos de planejamento governamental em nome do cumprimento de regulações pensadas de modo fragmentado, segmentado, cujas interseções, ao privilegiar uma das questões produz as demais. Problematiza-se neste eixo a ambiência contraditória de como se compreende e o que se faz com esta compreensão; considera-se processos e instrumentos de planejamento; discute-se a produção científica engajada e a oxigenação das ciências pela vida em luta encontrada nas ruas.

7. O RURAL E URBANO NO DESENVOLVIMENTO DE PEQUENOS MUNICÍPIOS

Os processos democráticos pelo direito à cidade e a produção capitalista do espaço conformado pelo urbano industrial deslocou para os grandes centros urbanos, para cidades e regiões metropolitanas o interesse da maioria dos pesquisadores que investigam o urbano e a cidade.  Nesse contexto, até mesmo o processo de descentralização político administrativa na ordem federativa, denominado municipalização, foi subsumido à cidade e ao urbano sob a égide do direito urbano que regula o direito à cidade, a exemplo da conquista que representa o Estatuto da Cidade. Neste exemplo, os pequenos municípios emergem como possibilidade de constituir-se em interesse de pesquisa num contexto classificatório da linha de corte para exigência de elaboração de Planos Diretores que, pensados para a cidade, são estendidos para o município no mesmo quantitativo populacional arbitrado como necessário para a cidade, os tais 20 mil habitantes. Instaura-se o espaço do desconhecido onde o que era condição de cidade para o planejamento mascara o rural que dá identidade sociohistórica aos municípios. Este eixo é o locus privilegiado para desbravar esse desconhecido; caracterizar os processos municipais; deslindar os processos sociais da vida cotidiana dos sujeitos rurais submetido ao ideário urbano desde os processos educacionais às condições de possibilidades de redução de assimetrias rural-urbanas; discutir o desenho da cidade, a paisagem e as características ambientais dos municípios.

Inscrições e mais informações

As inscrições para participação, submissão de artigos e informações estão disponíveis no site oficial do evento:

 

 www.visinarub-vsnpd.com.br

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